Com aumento de despesas, governo vai bloquear R$ 1,7 bilhão
Detalhamento será anunciado em 30 de maio
Detalhamento será anunciado em 30 de maio
O Ministério do
Planejamento e Orçamento (MPO) anunciou nesta segunda-feira (22) a necessidade
de bloqueio de R$ 1,7 bilhão em despesas discricionárias do Orçamento federal
para cumprir a regra do teto de gastos, após uma revisão no volume de despesas
que teve um aumento da projeção em R$ 24,2 bilhões. Os dados constam no
Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, documento que orienta
a execução do Orçamento e é publicado a cada dois meses.
"O detalhamento do
bloqueio de R$ 1,7 bilhão será discriminado no dia 30 quando da publicação do
decreto de programação [orçamentária]", informou o secretário de Orçamento
Federal, Paulo Bijos.
Os últimos meses
registraram uma elevação nas despesas, puxadas principalmente pelos impactos do
novo valor do salário mínimo, que passou para R$ 1.320 desde o dia 1º de maio,
incidindo sobre benefícios previdenciários, seguro desemprego, abono, entre
outros. A pasta também citou R$ 3,9 bilhões de repasses para estados e
municípios a partir da sanção da Lei Paulo Gustavo, que destinou recursos para
o setor cultural, além da complementação do piso nacional da enfermagem. Esses
bloqueios poderão ser revertidos mais adiantes com mudanças nas estimativas de
receitas e despesas.
Esses números
reverteram a folga de R$ 13,6 bilhões no teto de gastos que havia sido apresentada no relatório anterior. A regra do teto deverá
ser substituída por uma nova regra fiscal, que vai à votação esta semana na
Câmara dos Deputados. O teto seria estourado neste ano, mas a PEC da Transição,
promulgada no fim do ano passado, retirou do limite de gastos R$ 145 bilhões do
Bolsa Família e até R$ 23 bilhões em investimentos, caso haja excesso de
arrecadação.
O governo também elevou
a estimativa de déficit primário de R$ 107,6 bilhões para R$ 136,2 bilhões,
equivalente a 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços
produzidos no país), segundo a edição Relatório de Avaliação de Receitas e
Despesas do 2º bimestre. A meta fiscal para 2023 continua sendo de déficit
primário de R$ 238 bilhões (2,2% do PIB).
Receitas
Do lado das receitas, o
relatório revisou para baixo a estimativa de itens como exploração de recursos
naturais (menos R$ 5,6 bi) e arrecadação da Contribuição para o Financiamento
da Seguridade Social (Cofins), com projeção de menos R$ 4,1 bilhões. Também
houve revisão de arrecadação líquida para o Regime Geral de Previdência Social
(RGPS), com projeção de redução de R$ 4,1 bilhões e outros R$ 3,8 bilhões a
menos nas projeções de arrecadação com imposto de importação.
Por outro lado, houve
projeção de aumento de receitas de R$ 5 bilhões com lucros e dividendos e
R$ 3,1 bilhões de arrecadação com a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
(CSLL).
Em relação à Lei
Orçamentária de 2023, o aumento previsto de receitas é de R$ 105,6 bilhões,
segundo o governo.
PIB e inflação
O Relatório de
Avaliação de Receitas e Despesas do 2º bimestre aumentou a estimativa de
crescimento do PIB, em relação ao bimestre anterior, de 1,61% para 1,91%.
Em relação aos
indicadores de inflação, o relatório aponta que o Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) será de 5,58%, um aumento de 0,27 ponto percentual em
relação ao relatório anterior. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor
(INPC) foi estimado em 5,34%, uma elevação de 0,18 ponto percentual em relação
à previsão anterior.
A taxa de câmbio média do dólar em relação ao real foi revisada para R$ 5,11, contra R$ 5,20 do bimestre anterior.
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